Análise: Xenoblade Chronicles (Wii)

Xenoblade_box_artworkO DS reinou na 7ª geração de consoles com excelentes RPGs, principalmente os japoneses. Enquanto os consoles concorrentes d]se divertiram com RPGs tipicamente ocidentais, como Dark Souls e Skyrim, o Wii, já no fim de sua vida, recebe um game do gênero que pode facilmente ser considerado o melhor dessa geração de video-games de mesa. Xenoblade Chronicles é uma obra prima da Monolith, a mesma de Xenosaga, embora não haja nenhuma relação entre ambos. Embora o lançamento americano esteja marcado para Abril, o Nintendo Tudo traz a análise da versão européia e acredite: é fantástico!

 

 

Uma enredo tipicamente épico

Colocar transparenteVocê é um herói lorio, orfão, com um senso de justiça aguçado e, obviamente, o único capaz de salvar o mundo. Apesar de trazer todos os clichês de um RPG japonês, Xenoblade tem particularidades o suficiente para fazer qualquer um querer jogá-lo. O próprio universo do jogo já é bem original, pois todo o mundo se desenvolveu sob o cadáver de dois titãs que travaram uma acirrada batalha há muito tempo atrás. É sob os escrombos desse embate que o ódio mortal entre Homons (humanos) e Mechons (máquinas) nasce. Somos introduzidos a essa rivalidade logo no início do jogo, quando um acontecimento de cair o queixo lança o protagonista Shulk e seu grande amigo Reyn mundo a fora em uma jornada épica. Apenas Shulk poderá livrar o mundo da ameça dos Mechons, uma vez que ele é um dos poucos capazes de empunhar a Monado, espada cuja lâmina é capaz de cortar o corpo metálico dos Mechons. Com o tempo, novas funções da lâmina vão sendo reveladas, o enredo progride e outros personagens entram para o grupo para ajudar. Há muitos deles, cada um com suas vantagens e desvantagens, apesar de Shulk ser o escolhido para pôr um fim na disputa, cabendo ao jogador avaliar quais os melhores para usar, uma vez que só é possível manter 3 nas batalhas ao mesmo tempo. Obviamente que apenas um personagem será controlado pelo jogador, os outros são controlados pela inteligência artifical nas batalhas. Por falar em batalha, acabamos de tocar em um ponto chave do game.

 

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Empunhe sua Monado!

405751_230585110359283_119240841493711_496468_658013322_aXenoblade traz um sistema de lutas expecional. Misturando elementos de um RPG de ação aos de uma típica batalha em turnos, acaba casando perfeitamente com o estilo 3D do game. Pode não ser um sistema original, mas é uma das melhores aplicações em um jogo para consoles. Quando você inicia uma batalha, o game muda, a trilha sonora alcança um outro patamar e seus sentidos aguçarão. Os ataques comuns são automáticos, basta que você esteja ao alcance dos inimigos. Sua atenção ficará voltada para as “Arts”, que são as habilidades especiais do jogo. Cada personagem traz um leque imenso de Arts, logo, prepare-se para lidar com diversas variáveis. Por trás desse toque estratégico há a destreza com os controles de jogo. É preciso acertar Arts em lugares específicos dos inimigos (como pelos lados ou por trás) e ser agil na hora de realizar combos, como os que envolvem os status Break e Toppless.

 

Há diversos elementos de luta em Xenoblade. Para impedir que o jogador fique confuso e diante de muitos detalhes de uma vez, eles vão sendo explicados aos poucos. Isso também faz com que as lutas sejam sempre diferentes e variadas. Mas a preparação para as batalhas também envolvem muita estratégia. O game traz um número imenso de armas, armaduras, helmos, luvas e botas, além de gemas que concedem atributos extras. A variedade é muito grande e a escolha dos equipamentos não é linear do tipo “essa espada é melhor do que aquela”, mas sim subjetiva do tipo “essa espada me dá mais força, mas diminui minha velocidade, enquanto aquela é mais veloz, mas não me concede muita resistência”. Escolher os utensílios vira ainda uma escolha estética, uma vez que cada um tem sua própria representação gráfica – que também interfere nas cutscenes.

 

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4523302510_b08c50eae6_oUma obra de arte digital

A direção de arte de Xenoblade é invejável. Na parte visual, podemos citar uma arquitetura de estágios que preza pela vastidão dos cenários, embora a sensação claustrofóbica ainda esteja encarnada nas dungeons do game. Cada um dos ambientes tem uma temática diferente, fazendo com que a sensação de novidade e a vontade de explorar cada mínimo centímetro do jogo não vejam limites. Há momentos em Xenoblade que a criatividade, efeitos de iluminação e sombra trazem semelhanças grandes com o planeta Pandora, de Avatar. Mas apesar de muito bem planejado, os gráficos não são técnicamente tão bons. Obviamente que estão muito acima da média da maioria dos games para Wii, mas Xenoblade traz algumas imperfeições. Tanto na parte de texturas (às vezes poucos convincentes) quanto nas animações (é estranho ver os personagens “deslizarem” por algumas partes do cenário, como paredes).

 

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A trilha sonora é não menos bela. As composições são absolutamente lindas. Tanto as músicas ambientes - que trazem à tona as particularidades de cada lugar com maestria – quanto os ritmos de batalha – que evocam o clima de tensão – conseguem fazer o jogador mergulhar de vez no universo criado em Xenoblade. Para agradar quem está acostumado com os atuais RPGs para PS3 e Xbox360, a Monolith dublou completamente o jogo. Poucos são os momentos em que você não ouvirá as vozes dos dubladores, que interpretaram muito bem a alma dos personagens tanto em inglês britânico quando em japonês. Infelizmente, o movimento dos lábios não é sincronizado com a fala, o que pode fazer alguns torcerem o nariz.

 

muito o que fazer!

detailcoverart01Um elemento de Xenoblade poderá fazê-lo confundir erroneamento este game para Wii com um MMORPG: a quantidade de side-quests. Há MUITAS delas para se fazer, e quando digo MUITAS faço questão de colocar em letra maiúscula. Cada mínima cidade ou acampamento no meio dos grandes campos do jogo trazem vários personagens e a maioria deles tem algum problema que você pode resolver. Os trabalhos vão desde coletar itens a levar encomendas, passando até mesmo por derrotar monstros e trazer seus itens. As recompensas também agradam, pois contam com dinheiro, equipamentos e itens, além de melhorar o relacionamento com determinado personagem. Acredite, é bom manter boas relações com seus aliados, pois isso ajuda a manter o poder de destruição dos combos que utilizam mais de um personagem.

 

Xenoblade é um dos melhores títulos para Wii e, mesmo que você esteja guarando suas moedas para o WiiU, vale a pena comprá-lo. Além de uma campanha longa e repleta de momentos de tensão, tristeza e alegria, há inumeras side-quests para serem feitas em um universo que estará a todo o instante te impressionando. Empunhe sua Monado e boa sorte!

Xenoblade Chronciles – Wii

Gênero: RPG

 

Gráficos: 8,5

Som: 9,5

Jogabilidade: 9,5

Diversão: 9,0

Nota Final: 9,5

Comments :

3 comentários to “Análise: Xenoblade Chronicles (Wii)”
Anônimo disse...
on 

Os golpes comuns são automaticos? diminuiu minha expectativas :/

Anônimo disse...
on 

Rapaz, sua resenha é boa, bem editada, mas você precisa checar as informações antes de publicar. "RPGs tipicamente ocidentais, como Dark Souls" é uma bobagem. Dark Souls é feito pela From Software, uma desenvolvedora japonesa. Se você já tiver jogado, deveria ter notado que é muito parecido com Zelda (Ocarina of Time) na mecânica de combate com a mira fixa no inimigo, e tem uma 'pegada' similar ao primeiro jogo da série Zelda, meio sem enredo e muito difícil. Em suma, totalmente japonês e nada a ver com Skyrim.

Anônimo disse...
on 

Melhor RPG que já joguei, trilha sonora maravilhosa e cenários de tirar o folego! Esse foi um dos poucos jogos que me fizeram arrepiar!

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